domingo, 16 de dezembro de 2012

CULTURA CIENTÍFICA E CRIATIVIDADE


UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
CURSO: LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO ESPECIAL
DISCIPLINA: TÓPICOS ESPECIAIS EM EDUCAÇÃO

ACADÊMICA: CONSTANCIA PATRICIO FRETTA
PROFESSORA: TÂNIA FERNANDES
6º SEMESTRE: 2012

CULTURA CIENTÍFICA E CRIATIVIDADE

 

A palestra de encerramento do IV SIMFOP (Simpósio sobre Formação de Professores) foi proferida pelo Dr. Jorge Campos da Costa, da área de Letras, do Rio Grande do Sul, trabalha a questão da linguística e suas interfaces, coordena um laboratório de criatividade em uma universidade também no Rio Grande do Sul.

O palestrante encerrou a palestra com um slide redundante que dizia “Sair fora da casinha” e assim, eu estava sentindo-me no início da conferência.

A discussão foi em torno da tecnologia que invade todos os espaços da sociedade, a linguagem através do computador invade todos os campos e é muito poderosa, esse fator acontece, pois estamos numa fase de transição forte e até dramática que gira em torno da linguagem computadorizada, e nesse contexto é necessário combinar cultura científica com a criatividade.

De Gutenberg até nos dias atuais, a academia está centrada em livros, pois os mesmos são embasamentos teóricos que justificam os trabalhos acadêmicos, contudo atualmente, há os E book (livros on line), com uma inovação: o usuário coloca o tamanho da melhor letra para fazer a leitura e ainda pode ao mesmo tempo consultar outros links para verificar assuntos que está em dúvida e isso acontece simultaneamente, num mesmo local. Assim, parece-nos que não se lê mais um livro inteiro, lê-se fragmentos, e na internet há uma infinidade de temas que são postados diariamente, é como se tivéssemos uma biblioteca da Alexandria em nossa casa, contudo é necessário navegar com critério.

Falar em criatividade é não dar respostas, as perguntas são importantes, e formular problemas é fundamental. A criatividade na era digital está presente, pois a relação do conhecimento com as imagens é cada vez maior, e saber usar as imagens que estão diretamente ligadas ao conhecimento, é uma maneira de ser criativo.

Vários autores e nomes de obras foram citadas no decorrer da conferência, entre eles: John Brockman (estamos vivendo a terceira cultura, interfaces da vida passada e as inovações do futuro); C.P.Snow (há a  um conflito entre a cultura humanística e a tecnológica); Umberto Eco (sempre houve essa tecnofobia); Leonardo da Vinci (a humanidade vai ficar horrorizada com o que fez com os animais); Einstein; Freud; Gutenberg, e outros.

Também discutiu sobre a criatividade e memética, citando Darwin; a criatividade e Kluge, citando Gary Marcus, a criatividade e serendipitidade de Royston M. Roberts; criatividade e ciência, criatividade e butterfly effect, criatividade Deus e lógica de Antony Flew. Desses temas discutidos o que ficou em evidência foi a questão da serendipidade que é a descoberta por acaso, ou seja, a criatividade aparece na solução de um problema quando estava procurando a solução para outro. Nesse sentido, todo raciocínio criativo é divergente, assim o pensamento rotineiro não é criativo. Portanto ser criativo é ousar, é não temer, fazer o diferente.

A palestra foi conflitante gerou dúvidas e não houve respostas. Em meu ponto de vista a contribuição do assunto tratado para a educação é dicotômica, porque de uma lado temos a escola que busca a criatividade para incentivar a participação e a aprendizagem dos alunos, mesmo com poucos recursos, de outro lado, presenciamos, muitas vezes, alunos que a escola tolhe, poda a criatividade dos mesmos, definindo por menores de trabalhos a serem feitos, não deixam os alunos criarem, ousarem, podemos corroborar essa afirmação, quando estudamos que os grandes nomes da ciência, da informática deixaram os bancos escolares para inventar e criar, penso que a escola ainda está na era da idade média, pois sempre estipula o que fazer, quando, a quantidade de laudas a escrever, o roteiro a seguir, um único projeto a ser executado e não deixa os alunos ousarem, serem diferentes, criativos, os alunos precisam cumprir suas tarefas escolares e extraescolares com inovações. Como diz o Dr. Campos essa minha posição pode ser certa ou pode ser errada, pois na criatividade não tem certo, nem errado.

Penso ainda, que ser criativo na educação, ainda está longe de acontecer, principalmente na escola pública em que temos a nossa disposição quadro, giz e ainda usamos o mimeógrafo, também quando as escolas contam com equipamentos mais modernos como data show e salas informatizadas, alguns professores relutam em continuar na mesmice, ser criativo em educação de um modo geral ainda é um longo caminho a seguir.

Contudo, há uma controvérsia, pois considero a criatividade para a minha atuação profissional em educação especial fundamental, pois um professor que atua na educação especial deve ser muito criativo, principalmente, porque precisa fazer as adaptações e flexibilizações de materiais e equipamentos para que os alunos atinjam os seus objetivos. É preciso em educação especial ter uma visão diferente do que é certo e do que é errado, entender que as pequenas aprendizagens são grandes para uma determinada pessoa, também a área tecnológica está contribuindo muito para a mobilidade, comunicação das pessoas com necessidades especiais, entre outros, e nesse contexto são criativos os que ousam. Não sei se não “Sai fora da casinha”, mas em criatividade tudo pode ser.

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